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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Um sorriso.

Quanto vale um sorriso?

No meio de uma cidade movimentada, um contraste, e mesmo tão indiscreto passam por alguns olhares preocupados demais, despercebido. Uma estatua viva, no meio da avenida em plena sexta-feira.

Costumo prestar atenção em detalhes, mas considere que isso não era um detalhe. Só pessoas sem vida em si conseguem ignorar esses votos de ‘revolta’ da sociedade.

Pois então, sentei em um pub bem em frente a essa criatura cheia de roupas pesadas e tintas que estavam incomodando até a mim mesma, litoral e um sol muito forte, ele estava lá, acho que isso foi o que mais me deixou curiosa para afrontar o tal, esperei algum tempo observando as reações alheias, confesso que até ri de algumas.

Já estava começando a escurecer, era hora de se recolher.

Antes que tirasse aquela roupa, cheguei perto e tentando ser discreta pedi uma foto, já estava cansado e não se agradou muito com meu pedido. Tirei algumas moedas do meu bolso e o entreguei, logo abriu um lindo sorriso, arrumou-se e soltou algumas palavras em francês.

Esperei tanto tempo, observei pessoas, pedi um favor, e só fui recompensada depois de paga-lo?

Pagar por um sorriso? Até que ele me pareceu convincente , mas eu sabia que não tinha sido espontâneo.

Logo irão cobrar por abraços, um bom dia, boa noite ou boa tarde, cobrar por atos que não fazem mal, não são complexos, não necessitam de esforço, para onde estamos indo?

Tudo bem que eu exagerei, mas acho que preciso andar com mais moedas no meu bolso, só por precaução, um sorriso às vezes é preciso.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Necessidades.

"Um quer compromisso sério; para o outro, amar já é sério o suficiente.
Um quer se sentir o centro do universo, o outro quer inclui-lo no seu amplo universo. Um quer fugir da solidão, o outro aceita a solidão. Um não quer falar das dores, o outro pergunta demais. Um briga por amor, o outro silencia por amor. Ao menos, os dois gostam de dançar.
Um não precisa conhecer o mundo, o outro traz o mundo em si. Um é romântico para disfarçar a brutalidade, e o outro é doce para despistas a secura. Um quer muito de tudo, o outro se contenta com o mínimo essencial. Nenhum dos dois liga pra dinheiro, mas o dinheiro quase sempre está no bolso de quem viveu mais. Um fica inseguro, o outro diz que nada disso importa, mas claro que importa.
Um quer que lhe dêem atenção 24 horas, o outro precisa que lhe esqueçam por uns instantes. Um quer aproveitar cada réstia do sol, o outro gostaria de dormir um pouco mais. Um gostaria de saber o que não sabe, o outro queria desaprender metade do que a vida lhe ensinou.. Um precisa berrar, o outro chora.
Um quer ir embora, e ao mesmo tempo não. O outro quer liberdade, mas a dois.
Então um se vai e deita em todas as camas, sofrendo. E o outro mergulha sozinho na dor, sobrevivendo.
Diferença de idade não existe. A necessidade secreta de cada um é que destrói ilusões e constrói o que está por vir."
(Martha Medeiros - Doidas e Santas)

Os dois se amam, e isso não se discute.

Nós... Quem?

Não está tudo no lugar. Quando você me perguntou se havia mudado, eu respondi que não com lagrima nos olhos e um nó na garganta, mas eu disse que não, pois foi ai que uma série de mentiras começou para alimentar á isso.

O que eu queria mesmo era te contar que sinto falta da sua preocupação. E não acho que alguém mereça tudo isso, nem eu mesma. Pode parecer ciúmes, e se parece, sorria você acertou na mosca!

Outra vez, ocupando meu lugar? Você prometeu nunca me deixar, e o que fez com suas promessas?

Não sei mais o que você faz, com quem anda, o que aconteceu com aquelas pessoas que andavam te tratando mal, se continua com essa mania de andar por ai sozinho. Não eu não sei mais quem é você, se recusa a contar.

Me disse, que eu também mudei.. é talvez esteja certo. Nós dois nos moldamos de acordo com a situação. E agora somos dois estranhos, sem sorriso, se calor, sem brilho no olhar, e com palavras frias. A quem estamos enganando?

Nós erramos, e pra isso precisamos recomeçar, mas eu já disse que isso não é pra qualquer um.

Será que ainda temos tempo?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Recomeçar.

Não sei que horas são, mas já deve estar tarde. O Sol que entra pela janela do meu quarto, quase alcança meu rosto. Mas tem uma claridade que está me incomodando à tempos, e nem que o sol vá embora por completo ou eu feche as cortinas, não vai passar. É essa claridade que está me apontando os erros, bem no alvo. É de tirar o folego.
Tem alguma coisa interna implorando pra sair, quero sussurrar algo que está preso. A questão é: não quero me sentir presa a palavras, quero recomeçar.

Me disseram que essa história de recomeçar não é simples como o que eu estou acostumada e estou com medo de parecer fraca. Não consigo sequer escapar do bom dia falso do porteiro,  imagine agora escapar dos meus fantasmas.

Procuro mil maneiras de fugir, é como colocar a culpa em outra pessoa pra se sentir mais leve. O ruim é que meu poder de persuasão não funciona comigo mesma.

Meu medo abala a esperança que apareceu. Medo sim.
Eu demorei tanto pra me estabilizar, e agora olho para os lados, e nada do que me parecia concreto, me dá segurança. Continuo sem conseguir descrever a minha inquietude, meu incomodo.
Não é pra qualquer um.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Inimigo numero um, eu te amo.

É que é de vocês o meu primeiro bom dia, ou talvez a primeira expressão desanimada que vejo no dia.
São vocês que aguentam as minhas ladainhas, e me esperam voltar de festas. É, vou fingir que acredito na desculpa: “Nossa que horas são? Estava assistindo televisão e acabei dormindo no sofá!”
Poxa, no sofá, bem de frente pra porta, com as luzes apagadas, esse horário? Mas tudo bem, eu até entendo.
Vocês sabem, quem e quanto sou de verdade, o que e por que faço qualquer coisa., o que eu gosto, ou não.
Vocês nunca erraram ou esqueceram a data do meu aniversário e diferente do resto do mundo, pronunciam o meu nome correto.
Tentam saber com quem e por onde ando.
Falam que desistem mas eu sei que é mentira. No final nunca deixaram dar errado.
Vocês, peças principais da minha vida.
Vocês, tão humano s e inconsequentes quanto eu.
Vocês que falam demais na hora errada e fazem minha bochecha ficar rosada na frente de algum desconhecido.
Vocês que já tentaram tudo, vocês que estão cansados mas fazem tudo e bem mais.
Não é sem fundamentos que afirmo: Familiares são os nossos primeiros e principais inimigos.