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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Alguém como você.

Preciso de alguém como você porque teu alguém é diferente de qualquer um.
Sei bem que tua fragilidade caberia dentro da minha grosseria.
Sei também que na palma da tua mão, existe um conforto pra minha solidão.
E é engraçado pensar assim porque não te conheço muito além dos fios ondulados que no vento faz o encanto multiplicar. Só sei que teu alguém é diferente.
Sei que acorda chorando de sonhos que te assustam.
Sei que teu coração já andou por eiras e beiras.
Sei que pelo teu sorriso, moça, largo até meu pior vicio. Paro de beber e de fumar, de escrever pra amargurar.
Por isso teu alguém é diferente.
Sei que não sei se teus olhos encantam mais que teus lábios.
Sei da tua harmonia, presente do universo, pra no final, combinar a poesia. Anatomia do teu ser.
É esse alguém diferente que mexe com o coração de gente que ainda não cansou de se arrepender.
É um alguém diferente, porque desse alguém, só tem você.

sábado, 6 de outubro de 2012

As flores de plástico.


Conhecer os demônios alheios é uma das experiências mais interessantes da vida. E não estou dramatizando agora.
Quando eu era criança, pegava botões da Camélia que tinha na casa da minha avó e tirava folha por folha. Dezenas.
O pé de Camélia já não está mais onde costumava estar e eu não gasto as unhas que não tenho estragando o resultado dessa criação. Literalmente falando. Agora eu ‘desfolho’ pessoas. Quanto mais interno, mais verdadeiro.
É curioso ver toda a armação que escondemos até chegar ao interior.
São mentiras, são momentos, são duplas personalidades e caras.
Todo mundo desfolha as Camélias do dia a dia.
Cada um se decepciona ou surpreende, profundamente. Não existe meio termo.
Porém, recentemente encontrei uma flor única.
Ao tentar descobri-la, encontrei medos, inseguranças, carências, fragilidade e a busca por conforto.
Mais longe eu encontrei dissimulação, mentira, abuso e os piores tipo de cena.
Maldito artista que brinca com o coração dos palhaços sem reconhecer quem não se faz compreender, mas quer fazer sorrir.
E mais fundo ainda, veio à surpresa. Era oco. Vazio, gelado, seco. Independente. Sem vestígio de raízes.
Na verdade, era assim: Comigo-ninguém-pode.